No estágio dois Cornélio era um corno apenas na alma, mas agora no estágio três, busca consumar isso! Claro que depois de tanto insistir a Dadá perguntou se realmente era isso o que ele queria, e é claro que a resposta foi sim. Tiveram uma conversa esclarecedora onde ambos se abriram e Cornélio reiterou a vontade de ser corno manso e Dadá confessou que tinha alguns conhecidos que davam em cima dela, mas os dois decidiram que não podia ser com nenhum deles e coube a Cornélio a empreitada de conseguir alguém para lhe colocar o primeiro chifre oficial. Depois de uns quatro meses tentando encontrar alguém de confiança, eis que pintou um rapaz onde o ele trabalhava. O rapaz se chamava Carlos, tinha um jeito de machão, mas já tinha se oferecido para fazer um boquete no Cornélio, que ao vê-lo novamente logo pensou “esse pode ser a pessoa ideal, pois sabe guardar segredo e não vai se assustar com a minha proposta”.
*Está aí um pensamento errado da parte do Cornélio, pois tem pessoas que são liberais, mas falam demais e são preconceituosas, estas pessoas acham que somente os seus fetiches são corretos e os outros são bizarros e condenáveis.
Cornélio fez contato com o Carlos e propôs uma troca de favor; ou seja, sair com ele e depois os dois fariam sexo com a Dadá! O rapaz topou, mas com a condição de só fazer se gostasse dela quando a conhecesse. Depois do sexo entre eles, acertaram a data do encontro para as apresentações. No dia marcado se encontraram e o bom é que gostaram um do outro logo de cara o que deixou o Cornélio muito feliz e ansioso e sem perda de tempo foram a um motel fazer daquele marido comum, um corno assumido. Para Cornélio a primeira experiência foi melhor do que o esperado e eles ainda transaram outras três vezes. Uma em casa, a segunda no motel e a outra que o Cornélio levou a Dadá na casa dele. A partir daí a expectativa do novo corno era que os chifres rolassem a toda hora, com qualquer um, mas não foi assim que aconteceu. A Dadá ficou insegura por algum tempo achando que a qualquer momento Cornélio ia deixá-la. Veja só, ela tinha passado por uma separação traumática no seu primeiro casamento; com muitas agressões verbais e físicas, sofridas exatamente por ter traído o seu marido com Ricardo o filho da vizinha que morava bem ao lado. Um dia numa conversa que tiveram; a Dadá contou ao Cornélio que traiu seu ex-marido por vingança pelos maus tratos e agressões sofridas durante os nove anos de convívio e aí quando o Cornélio a incentivou a lhe fazer corno, ela achou que tudo iria voltar a acontecer do mesmo jeito de antes como era com o seu ex-marido. Para deixá-la confiante, Cornélio teve que ser sábio no sentido de aproximar-se dela e ser mais cúmplice. Teve que ter muita paciência, pois qualquer coisa que a deixava triste ou irritada, ela lhe jogava na cara que ele não a amava de verdade e que a culpa era toda dele pelo que eles estavam passando. O desanimo bateu, mas Cornélio não teve pressa, até porque agora já era corno, e por mais que não falassem no assunto dava para perceber que a Dadá ainda estava interessada na fantasia de lhe pôr chifres, mesmo com ela dizendo que não algumas vezes, mas ele sentia que sim. Foi também nesse estágio onde ele experimentou a sensação de ver e conversar com o macho que tinha feito sexo com a sua mulher. A cada vez que encontrava o Carlos sentia-se humilhado e diminuído, mas também descobriu que se sentir corno era uma das melhores sensações da vida.
*Veja que mesmo a Dadá já tendo traído o seu primeiro marido quando Cornélio lhe propôs que ficasse com outro homem em sua frente, ela não aceitou logo de cara. Sabe por quê? Porque são situações diferentes! Quando a mulher trai, ela tem fortes razões para fazer isso; como vingança, por exemplo, ou está cheia de desejo pelo amante, e quando está a sós com ele, sente-se livre, mas quando é para transar com outro na frente do marido a mulher se sente vexada, pressionada e isso deixa a sua libido em baixa, e pior ainda é quando o corno escolhe o comedor e a mulher não se sente atraída sexualmente por ele.
Franco Donasc

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